O Tédio (In)Produtivo

Oi!

Vamos então discorrer sobre nosso amigo tédio. Afinal, só ele mesmo para me fazer escrever aqui.

Há séculos que o tédio vem sendo desvalorizado, subjugado, amaldiçoado (..) mas quem o causa? A preguiça? A gripe? As cidades do interior? A internê?

Fato é que, grandes histórias surgiram a partir de um momento de tédio.

Eu, por exemplo, por morar sozinho há algum tempo, tenho algumas para contar. Como a vez que tentei matar drosófilas com um "Raid mara barata" e um isqueiro. O resultado foi a lixeira chamuscada e 0% de eficácia (só depois descobri que é impossível matar drosófilas).

Outra oportunidade - dessa vez quando morava com meu irmão - decidimos atear fogo em uma lata de Pringles dentro da banheira. A combinação fósforos + desodorante + tédio é um tanto perigosa.

Quantas vezes já me peguei com uma tesoura/gilete/cera cortando/raspando/depilando algum pelo do corpo?! Difícil calcular.

Estes casos se enquadram no chamado "Tédio produtivo".

Maaas também há casos que fazem parte do "Tédio improdutivo".

Por exemplo assistir 23 episódios seguidos de alguma série no Netflix; contar quantas teias de aranha existem na sua casa e não lavar a louça; tentar apagar a luz com o controle remoto; tentar assobiar utilizando os dedos (isto é impossível).

E qual a conclusão que chego? Preguiça de pensar em uma...

Correr? Mas de quem?

Ele sempre foi magro. Nunca teve que se preocupar com sobrepeso.

Era do tipo criança que tinha um cabeção e o corpo bem sequito.

Mas os anos chegaram, assim como os waffles, a nutella (ah, a nutella....), o bacon e o sempre parceiro leite condensado.

Aos poucos os quilos foram aparecendo aqui, alí. Nas ancas, nas coxas, na bochecha.

Nas bochecha?

Nas bochecha! A coisa foi seguindo o curso de um rio perigoso e cada vez mais feroz.

Mas como parar essa água que vem com velocidade? Força da natureza destrutiva e violenta. Isso tem nome: fome...ou melhor, gordice! Ou avareza. Ou safadeza mesmo!

Dizem que peso na consciência é como um cachorro bravo. Ladra, mas não morde.

Mesmo assim decidiu tomar uma decisão.

"Vou correr na praia", ele disse. E ninguém o ameaçava com uma .40 ou uma faca guinsu quando disse isso.

Botou aquela camiseta das últimas eleições, uma bermuda com aquela cueca interna desnecessária, tirou as meias do Corinthians e pôs uma do tipo soquete de cada cor (quando você começar a lavar as suas roupas reparará que meias somem), e, por fim o tênis de cor bem chamativa.

"Estou pronto!", disse ele em frente ao espelho. Claro que não estava.

Começou uma caminhada bem tranquila, sem forçar. Preferiu não se alongar. Afinal de contas bem em sua frente um velho de uns 134 anos se contorcia todo, parecendo uma minhoquinha yumi e ele mal conseguia amarrar os cadarços sem perder um pouco do ar.

Dez minutos de caminhada e tudo parecia bem. Pouco suava e os pés ainda não doíam.

Tinha pouca experiência no pedestrianismo. Não sabia muito bem como se portar naquele ambiente. Decidiu ser amistoso, mas exagerou na educação ao saudar todo e qualquer ser humano que passava correndo. Olhares de estranheza e reprovação foram devolvidos. Melhor parar.

A confiança cresceu. "Por que não aumentar o ritmo?". Pois aumentou. Um leve trote que o fez perceber que sua barriga (maldita!) movimentava mais do que o normal.

36 segundos de corrida e ele começou a apresentar sintomas incomuns. O joelho direito doía o esquerdo não mais sentia. O coração saltava. "isso é saúde?".

As coxas queimavam, pareciam que iam derreter.

"Meu deus, será que estou tão fora de forma assim?". Claro que estava! Idiota! Os últimos sete anos foram baseados e comer fora de hora, jogar The Sims e desejar a morte à quem come coxinha dentro do ônibus.

"Eu consigo correr por mais tempo", ele pensou.

Logo começou a enxergar uma forte luz no final da rua. Rapidamente ela crescia. Um carro? Uma moto? Um E.T?

O tempo então pareceu parar. Não mais sentia qualquer incômodo da corrida. Na verdade não sentia mais nada. Parecia levitar. O som desapareceu. Seria o tal efeito gerado pela endorfina liberada pela prática esportiva? Que sensação incrível! Realmente correr faz bem. Nunca tinha se sentido tão relaxado. Isso é o paraíso! Mamãe, olhe para mim...estou correndo! Estou emagrecendo...

(...)

A Dona Leda estava sentada na frente de casa, como sempre faz todo final de tarde, quando viu o jovem alto, bonito, mas com uns pneuzinhos nada comprometedores "correndo".

Como se estivesse em câmera lenta acompanhou o tal jovem perder os sentidos e se espatifar no chão. Tudo isso, sentadinha em sua cadeira de praia e comendo pinhão.

Chegou mais perto para avaliar a situação e viu que tinha sangue, muito sangue.

Achou ter visto um dente frontal quebrado, mas não teve certeza.

A bermuda estava rasgada e pôde perceber que o garoto estava sem roupa de baixo. Acho que a cueca interna da bermuda seria suficiente para cobri-lo. Pois não foi.

"Alô? 192? Manda uma ambulância aqui na Barão de Penedo? É, o rapaz do 1206 decidiu correr de novo..."

Resposta do Sr. Deus do Futebol

(Resposta do Sr. Deus do Futebol à mim)

Obs: Ver post anterior para entender as linhas a seguir).

Boa noite, senhor Guilherme Pradella.

Confesso que fiquei surpreso com vossa mensagem. Primeiro porque não sabia que tinhas o meu endereço. Algo que até me preocupa (como este brasileiro sabia meu CEP?). Mas enfim, fiquei feliz com sua iniciativa e, já que rascunhou algumas linhas comigo, gastarei meu DIVINO E CELESTIAL TEMPO COM VOSSA MÍSERA, ÍNFIMA E PATÉTICA EXISTÊNCIA (obs: leia este trecho com uma voz imponente).

Para explicar o que eu e meus pares fizemos com o futebol, precisamos voltar para o ano de 2012.

Até então, nós, Deus SUPREMOS E VIGOROSOS, CHEIOS DE SABEDORIA E IMPONÊNCIA LÚDICA, ESPIRITUAL, DONOS DA VERDADE, DO TEMPO E ESPAÇO, CAPAZE.....ok, vou parar um pouco com a prepotência. Às vezes é mais forte que eu e é difícil evitar.

Voltando, temos que retornarar ao ano de 2012. Até então o destino do futebol era traçado da seguinte maneira.

O colegiado de deuses, ao todo cinco, sentava-se à mesa retangular que fica na sala de estar da casa de Zeus (ele é brother nosso e gosta de fazer as reuniões em sua casa. Torce para o Olympiakos), toda segunda-feira para decidirmos como seriam os jogos da próxima semana. Tudo muito estudado, debatido e votado de forma democrática.

Agoooora você irá entender o porquê de eu ter voltado à 2012. Estás lembrado de que o mundo estava com aquela franguice toda de “ai, o mundo vai acabar.” “Ai, o que eu vou fazer?” “Ai, é o fim dos tempos e tralalá....”. Pois então. Daqui de cima a gente via o pessoal batendo cabeça, falando asneira e isso foi enchendo o saco. Pourra! Sossega aí, molecada! Vai acabar merda nenhuma!

Foi aí que meu parça Trivélius, também Sr. Deus do Futebol, teve duas ideias sensacionais enquanto rolando umas breja na casa da Afrodite (if you know whath i meaaaaannn).

Ele disse: “Ae, leleks...we should buy a baaar! Todos aprovamos na hora! Vai se chamar Olímpius....vamos servir vários drinks....OPS! Me dispersei. Ele disse: (voz solene) O FUTEBOL ESTÁ UMA BOSTA! A ÚLTIMA COPA DO MUNDO FOI AQUELA MERDA QUE TODO MUNDO LEMBRA. SÓ O WAKA WAKA DA SHAKIRA SALVOU. MINHA SUGESTÃO É QUE A ZOEIRA SEJA INSTALADA IMEDIATAMENTE NO FUTEBOL!”. Depois disso ele virou três doses de tequila e saiu correndo pelado atrás da Nefertite.

Aquela ideia nos pegou de jeito. Em uma rápida votação todos concordamos e decidimos que iríamos botar para foder naquele momento mesmo. Isso foi no dia 15/02/2012, justamente o dia em que um time tradicionalmente famoso por vencer campeonatos estaduais estreava na Copa Libertadores da América. Esta foi nossa primeira zoeira. Fazer o Corinthians ser campeão de verdade, não só no videogame. O mundial que eles ganharam não foi nossa culpa, foi do Cássio mesmo que defendeu pracarai naquele jogo contra o Chelsea.

Pegamos gosto pela coisa, não nego. Depois fizemos o Palmeiras voltar a ganhar um título nacional e depois cair no mesmo ano no Brasileirão.
OBS: não temos nada a ver com o desempenho do Vasco da Gama. Lá eles se zoam sem nossa ajuda e fazem um trabalho impecável.
Já em 2013 fiz algo que me encheu de orgulho. Lembra como terminou o Brasileirão? Pois então, minha obra.

Tivemos um bom tempo para aproveitar, mas o grande evento que todos esperávamos era a COPA DO MUNDO DO BRASIL-SIL-SIL!

Amigo, não tinha como perder esta chance. Fizemos o que tínhamos que fazer. Zoamos a Espanholada prepotente com aquele toque de apelão de FIFA 98. Deixamos o Rooney fazer gol e depois jogamos a Inglaterra na vala, bagunçamos a cabeça do Suarez até ele morder um ITALIANO....HAHAHAHAHHAHA....CARA, O BROTHER MORDEU O ITALIANO NO OMBRO! HAHAHAHAHAH.....ISSO É MITOLÓGICO. O pessoal aqui rolava de rir.

Confesso que extrapolamos com a Costa (Zica) Rica. Só percebemos quando eles ganharam da nossa Grécia. Aí o pessoal ficou preocupado e resolvemos a parada em cima da hora, na prorrogação mesmo.

Aí sobrou quem? Argentina, Holanda, Alemanha e Brasil. Ahhh, o Brasil. O que falar daquele jogo? 7 a 1 foi demais? Foi! Foi demais! Foi foda! Foi pra acabar com aquele papinho de “país de futebol”....”Deus é brasileiro”.....Brasileiro é o caralho! Deus é Grécia e o Papa é Argentino!

Já fiz meu time ganhar Eurocopa ganhando por 1 a 0 todo jogo! E não esqueçamos de que tirei o frango do Neymar da Copa e fiz o bailarino Klose passar o Gordo na artilharia.

E pra arrematar a palhaçada toda fizemos o que? Botamos a ARGENTINA NA FINAL!

SIM! SERÁ A A-R-G-E-N-T-I-N-A QUE JOGARÁ CONTRA A A-L-E-M-A-N-H-A no M-A-R-A-C-A-N-Ã!

Melhor final!

Agora você deve estar se perguntando (usar voz fininha de criança) “Ai mas Sr. Deus do Futebol, quem vai ganhar essa Copa do Mundo, hein? Hein? Falafalafalafala!”.

Não digo! Cláusula de confidencialidade.

Saiba apenas que será o grande desfecho de UMA OBRA PRIMA QUE JAMAIS SERÁ ESQUECIDA.....MUAHAHAHAHAHAHAHAHAHA.

Mais uma vez agradeço a iniciativa de me escrever e peço desculpas pelo tamanho de minha resposta.

Att.

Sr. Deus do Futebol.

Carta ao Sr. Deus do Futebol

Boa noite,

Sr. Deus do futebol responsável por escrever a história das competições internacionais realmente importantes.

Venho por meio desta demonstrar toda a minha admiração por vossa criatividade.

A Copa (da Zoeira) do Mundo deste ano foi realmente digna de um prêmio, começando com a Costa (Zica) Rica debulhando três campeãs mundiais no grupo da morte e caindo apenas nas quartas de final.

Teve também a Colômbia, toda marota, querendo complicar a vida de muitos.

Sr. Deus do Futebol, você também foi bem zoeiro ao deixar Espanha, Itália e Inglaterra de fora da fase de mata-mata.

Feliz fiquei por vossa mercê não ter economizado nos gols e na emoção.

Preparastes para as semi-finais o encontro de seleções "gente grande".

Mas foi aí que o Sr. mostrou toda a sua capacidade de mijar na cara de todo mundo e esfregar que não prevemos nadica de nada.

Nos brindou com a maior chinelada que o Brasil já viu (e sentiu), deixou de fora o Menino (ousadia & alegria) Neymar e deixou no time o Enfadonho (Letargia & Agonia) Fred.

O toque de mestre? Fazer a Argentina se classificar NAS PENALIDADES, contra a HOLANDA, e ainda por cima NO ESTÁDIO DO CORINTHIANS (!!!!).

O último ato? Nem me atrevo e imaginar.

Bom, me perdoe o longo texto, mas se fez necessário.

Att.

Próxima estação

Sabe aquele súbito olhar que existe entre duas pessoas? Pois então, foi exatamente isso o que aconteceu. Metrô cheio, bem cheio...ele ficou bem no meio do vagão, tentando se segurar nas barras do teto para não cair. Ela, no canto, espremida perto da propagando de escola de inglês.

Um não conseguia tirar o olho do outro, mas também não ficavam se encarando todo o tempo porque aí já parece coisa de gente mal intencionada, coisa que eles não eram.

“O que eu faço?”, pensou o rapaz? Sorrio?

Ele sorriu, mas acabou forçando demais as bochechas e o que era para ser um gesto simpático ficou mais parecido com um susto.

Ela fez cara de que não entendeu direito, mas sorriu de volta. Ah, como pode um sorriso tímido derreter o coração de um homem? Pois derreteu e ele teve dificuldades de tentar segurar a explosão de emoções que acontecia dentro dele.

Aproveitou a entrada/saída dos passageiros na passarela de embarque para chegar mais perto da moça. “Ainda bem que entrou mais gente e me empurrou para o canto”, pensou.

Quando se deu conta, estava bem de frente a ela. E se antes queria ficar o mais perto possível, agora tentava com esforço se afastar um pouco para não esmaga-la. “Parece que encheu demais o metrô”, ele disse. Ela mais uma vez sorriu (meu deeeeeeeeus!) e concordou com a cabeça.

Mas qual seria o próximo passo? Quem o daria? Ele? Ela? Ninguém teve coragem, mas estavam curtindo aquele momento. Ela gostou de te-lo “protegendo-a” do resto da multidão.

“Estação Sé”, gritou em voz inaudível a condutora do metrô.

Ambos desceram.

E agora? O que acontece?

É tchau e até nunca mais?

E foi isso o que aconteceu mesmo.

Mas a despedida veio dela. O que cortou o coração dele, que seguiu a escada rolante para Corinthians/Itaquera e ela para Palmeiras/Barra Funda.

Profissionalismo

Cena: dois rapazes em uma produtora de TV, no meio da tarde, com pouco serviço para fazer, conversam descompromissadamente.



- Cara, se liga nesse pornozin que eu baixei
- Cadê?
- Se liga só que mina gostosa!
- Carai! Que sedã, hein!
- Como ela grita, né?
- Bastante...só achei meio zuado esse áudio, aí. Tá rachando.
- Tá mesmo. Repara que a luz também ta meio azulada.
- Certeza que nem devem ter batido o branco antes....
- Certeza!
- E esse foco que não tá nem no cara, nem na mina?
- Na boa, pior é esse enquadramento. De onde o cinegrafista tirou que assim ficaria bom?
- E não para de tremer. Parece que tá num avião.
- O editor também conseguiu escolher as piores imagens.
- Se era pra fazer de qualquer jeito, melhor nem ter feito.

qual foi o maior susto da sua vida?

um dos meus maiores acabou de acontecer.

estava eu, deitado, sossegado, lendo meu livro novo na cama, quase adormecendo.

eis que? eis que ouço um zumbido muito forte vindo em minha direção. eu fico de costas para janela. só percebí o que era quando o OVNI pousou na minha perna.

uma maldita barata!

a veada pousou em mim e começou a andar por minhas pernas.

levantei muito rápido e fiquei me debatendo igual a um retardado.

ela poderia estar em qualquer lugar. dentro ca calça, em minhas costas, na minha cabeça - podia mesmo era estar no inferno.

corrí - like a princess - para o banheiro para pegar o veneno.

a féladapôta estava aonde? toda marota na minha cama.

mas a vingaça veio de forma cruel, intensa e intoxicante.

meio frasco de veneno se foi no anemal!

ela ainda tentou correr - em vão - para baixo do armário.

mas o fim tinha chegado....




THIS IS SPARTAAAAAAAAA!