quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Do yourself!


Creio que nunca fui feliz na escolha de um cabeleireiro. Por um bom tempo, porém, entreguei minhas madeixas à uma dupla que pelo menos mantinha um bom padrão de corte. Mas dificilmente saio satisfeito de algum salão.

Um comentário: porque o preço dos cortes aumenta? Por acaso a população brasileira tem ficado mais cabeluda? Coisa incrível!
Mas voltando à minha indignação, o calvário que é entregar os fios que cobrem minha querida moringa à alguém que em uma mão porta uma tesoura e, na outra, uma navalha. Haja confiança!


Se fosse ainda um daqueles barbeiros antigos, onde no salão apenas há uma cadeira branca, uma estátua de São Jorge (sarava!) e 4 ou 5 velhos ficam o dia inteiro lendo revistas mais velhas ainda e comentando os jogos de futebol...de 30 anos atrás, tudo bem! Mas não! A sociedade carece desse tipo de serviço.

O que mais há são mega-salões em shoppings com suas centenas de cadeiras, balcões intermináveis e espelhos por toda parte. Chega a dar náuseas. Mas então o que fazer quando não há mais jeito de escapar da lâmina, quando seu cabelo já domina toda sua cabeça e a visão parcial ou completamente comprometida (e seu cérebro)? Como fazer a escolha certa? É como nos clássico do futebol: uma caixinha de surpresas!

Recentemente passei por essa situação. Era um belo fim de tarde, pessoas caminhavam na praia, uma brisa refrescava toda a cidade e uma suave trilha sonora tocando no meu mp3.
Na rua comercial perto de casa existem dois cabeleireiros, um de cada lado da rua. Já tinha cortado o cabelo em um e, por indicação do meu irmão, decidi passar perto do outro para ver como era.

Um homem careca e uma mulher com uma toalha enrolada na cabeça? fumavam bem ao lado do estabelecimento. Subi as escadas e perguntei ao carecão – ele estava com o uniforme do cabeleireiro – se estava cheio.
O Cabeça lustrada nem esperou eu manifestar se queria cortar ou não naquela hora e já foi “obrigando-me” a entrar. Caramba, eu estava com fome e ainda pensava em fazer uma boquinha, mas tudo bem.

Na hora em que eu entro, um caos! Toda a tranqüilidade e mansidão da cidade sumiram. Parecia que estava entrando em uma bolsa de valores feminina. Parei por uns 4 segundos e fiquei tentando abstrair toda a confusão.

Como num golpe de vista todas as mulheres - na faixa dos 35 aos 120 anos - passaram a me encarar com um olhar de: “Você sabe no território de quem está entrando?”. Realmente não sabia e senti minha nuca doer.

Sentei na cadeira central da bancada onde duas mulheres tiveram que ser retiradas gentilmente pelo ”profissional” fashion.

_Como você quer o cabelo? Perguntou o cabeleireiro.

_Curto! Respondi.

Começaram então as tesouradas...

Tufos iam ao chão como fuligem que cai por São João da Boa Vista durante as queimadas dos canaviais. Logo o cabelo foi tomando forma. “Será que acertei hoje?”

Tudo ia muito bem até que o inesperado aconteceu. Com a máquina nas mãos o estrago foi feito. Um simples golpe de baixo para cima na minha nuca destruiu a reputação do cabeça de manga para mim, pelo menos.

“Mas quem é que falou que eu queria passar máquina? O senhor ficou louco? Estava na cara que não podia confiar em um CARECA! Alguém que não tem cabelo não pode ser um cabeleireiro! Eu não posso ser um bom baterista se não tiver uma bateria! Papai Noel não pode ser um velhinho bonachão se não tivesse as bochechas rosadas, rosto simpático e uma incrível pança.

Francamente!

Mesmo revoltado com a situação, deixei-o acabar para ver aonde aquilo iria chegar. E não foi em um bom lugar. Minha cabeça lembrava uma cuia.
Pedi então para ele cortar mais, era preciso acabar com aquela palhaçada toda. E não é que o cara me veio com a conversinha de que eu iria ganhar uma bela “coroa” quando a idade chegasse?

Mas é um abusado!

Levantei, agradeci e ainda me arrancaram R$15,00 reais pelo mau serviço.







Até nunca mais, vou comprar uma máquina para eu mesmo cortar o cabelo.

3 comentários:

stellapaixao disse...

Mas você tá bonito, Guilherme!

E pára de reclamar que o cabelo cresce! =)

Zé Marx disse...

Também sempre tive os mesmos problemas com cabeleireiros... É difícil encontrar alguém que trabalhe bem. Mas dei sorte, achei perto de casa um salão bacaninha e acreditem se quiser: "R$6,00" o corte!

John.st@r disse...

Mas quem escreve essas coisas, é você Gui!? Tenho minhas duvidas, você sempre mudava a cabeleira no colegial mas nunca ficava satisfeito.