sábado, 6 de fevereiro de 2010

Quem é de Marte e quem é de Vênus?


Ele não é muito de sair para passear, gosta de ficar deitado no sofá praticamente o dia inteiro e também não obedece a ordens. É um folgado!

Já ela é praticamente o oposto. Anda pra lá e pra cá dentro de casa, gosta de ter a cama só pra ela e sente uma necessidade, quase que biológica - diria inconsciente e insana - de ter de sair para passear.

Cinco segundos para você, leitor, acertar de quem estou falando.

5...4...3...2...1...



...




PRONTO! TEMPO ESGOTADO!

Para o mero mortal que lê essas mal-escritas linhas, supõe-se que estamos a falar de um homem e uma mulher. Resposta meio errada. Ou melhor, quase certa. Na verdade, farei neste texto uma comparação, digamos selvagem e um tanto quanto forçada, mas que com um pouco de boa vontade pode soar como verdadeira.

Antes de revelar de quem estamos tratando, é necessário dar um breve histórico da situação que me levou a pensar da seguinte maneira.

Como poucos sabem, divido com meu querido e eterno irmão um pequeno apartamento – pequeno mesmo! – no litoral. Mas mesmo morando debaixo do mesmo teto, pouco nos encontramos e raras são as oportunidades de jogar conversa fora. Em uma dessas ocasiões, o tema “gatos e cachorros, quem é melhor?” foi posto à mesa.

E é aquele negócio. Conversa vai, conversa vem e eis que me deparo com uma revelação um tanto quanto absurda, pouco plausível, sem nenhum tipo de relevância e pouco interessante. Nada, contudo, que me impedisse de me alongar no raciocínio.

“Incrível! Quando casados, os homens são como os gatos e mulheres como os cachorros. Uau!”, disse eu todo animado com a descoberta.

Meu irmão, de bate-pronto, contra-atacou. - “Ta loco? É ao contrário. Homem é igual ao cachorro e mulher igual ao gato.”

Pronto, estava imperado o impasse!

Comecei, então, a fazer as comparações que me faziam cada vez mais acreditar na minha singela e ridícula teoria.

De um lado, temos o gato com aquele pelo bonito, macio, mas que por onde passa deixa tufos e mais tufos pelo chão. Neste caso fica óbvia a semelhança com os homens. Tirando os indígenas e a ala dos que costumam usar cera quente ou lâmina de barbear no lugar errado, todos os machos têm muitos pêlos. E por questões biológicas e gravitacionais, ou por pura sacanagem do amigo que lhe passa a tesoura nos cabelinhos da perna, centenas de pêlos caem de nosso corpo e ficam espalhados pela casa. São quase invisíveis, difíceis de achar, mas eles estão lá. Pode ter certeza. Pergunte à sua mãe - ou quem varre diariamente – pois assim deveria - sua casa.

Do outro, o ser mais fiel, companheiro e dedicado que existe. Considerado o melhor amigo do homem - há controvérsias - e que demonstra um amor incondicional, doentio, beirando a completa loucura de um ser vivo de maneira extrovertida, espalhafatosa e vergonhosa, quando diante dos amigos do futebol. Descrição quase que perfeita de uma mulher apaixonada.

A mulher, assim como os cães – mas só os de raça pura – já nascem fazendo cirurgia plástica. Enquanto uma injeta um pouquinho, mas bem pouquinho mesmo, de botox no rosto, para ficar com aquele aspecto de joelho por mais tempo, os cães já tem os seus rabos cortados ainda com a placenta da mãe no corpo.

(Parênteses)

Imagino eu que os leitores agora devem estar todos empolgados com o que virá nas próximas linhas. Já as mulheres devem estar entrando em contato umas com as outras, por meio de linhas secretas que nem o governo conhece, planejando um ataque terrorista de grandes proporções e com uso de materiais químicos poderosíssimos para dar fim aos resultados que foram retirados da minha ampla pesquisa realizada empiricamente. Mas deixando o terrorismo e o medo da morte de lado, vamos há mais fatos, pois sem eles não há argumentos.

(Fim do parênteses)


Para mostrar como sou imparcial, aí vai mais uma constatação: homem, além de teimoso, tem bigode. Gato também! Olha que maravilha!

Já o cachorro é igual mulher. Sempre tem que levar no salão para fazer as unhas, mil penteados, passar xampus, aparar o pelo, coloca roupinhas feitas sob medida, usa coleira...

Esse, por sinal, é um importante elemento a ser detalhado com mais calma. Além do significado holístico e figurativo que a coleira tem na sociedade contemporânea do século XXI, findando a primeira década do segundo milênio para ser mais preciso, sugiro caro, paciente leitor, que faça um simples teste: coloque uma coleira em um cão e tente fazer o mesmo com um gato.

Aposto que a cadelinha vai sair andando por aí toda saltitante e exuberante. O gato? Bem, tenho certeza que vai começar a ficar impaciente, cair no chão, espernear e tentar arrancá-la de qualquer jeito.

Para imaginar esta cena mais concretamente, vá até uma festa de casamento, uma formatura ou um aniversário de 15 anos de alguma menininha. Enquanto as princesinhas voltam da baladinha ainda cheirando a perfume, os garotos não esperam nem o término do “parabéns à você” para tirar a gravata, a camisa de dentro da calça e sair por aí com uma flor do enfeite de mesa azarando todo mundo. Até a mãe da aniversariante.

O único comportamento que, tanto nos cachorros quanto nos gatos não bate é na questão fisiológica. Enquanto nunca teremos a chance clara de ver uma mulher fazendo o número 2 no meio da rua, será impossível ensinar os homens a urinar sempre no lugar certo, dentro da privada.

Mas como toda teoria tem uma exceção, também não ficaremos de fora. Devemos dar o braço a torcer, confessar que é impossível – mais impossível que um corintiano gritar “Timão eoh!” dentro da quadra da Mancha Verde e sair relativamente vivo para contar aos netos tal proeza – fazer nós, homens urinar no lugar certo. Não somos, neste quesito, como os gatos que são condicionados a usar sempre a caixa de areia. Conosco não dá certo, nem se esfregar nossa cara na própria sujeira. Mas não nos culpem. Esta característica nossa vem dos primórdios. Se quiserem culpar alguém, olhem para os céus e se virem com o cara lá de cima.

2 comentários:

stellapaixao disse...

Até que tem razão! Mas me sinto ofendida ao ser chamada de cadela!

John.st@r disse...

Essas cadelinhas são legais, mas eu prefiro as gatinhas manhosas! Só não pode fazer muita manha que vira um porre e da vontade de socar.