Sabe aquele súbito olhar que existe entre duas pessoas? Pois
então, foi exatamente isso o que aconteceu. Metrô cheio, bem cheio...ele ficou
bem no meio do vagão, tentando se segurar nas barras do teto para não cair.
Ela, no canto, espremida perto da propagando de escola de inglês.
Um não conseguia tirar o olho do outro, mas também não
ficavam se encarando todo o tempo porque aí já parece coisa de gente mal
intencionada, coisa que eles não eram.
“O que eu faço?”, pensou o rapaz? Sorrio?
Ele sorriu, mas acabou forçando demais as bochechas e o que
era para ser um gesto simpático ficou mais parecido com um susto.
Ela fez cara de que não entendeu direito, mas sorriu de
volta. Ah, como pode um sorriso tímido derreter o coração de um homem? Pois
derreteu e ele teve dificuldades de tentar segurar a explosão de emoções que
acontecia dentro dele.
Aproveitou a entrada/saída dos passageiros na passarela de
embarque para chegar mais perto da moça. “Ainda bem que entrou mais gente e me
empurrou para o canto”, pensou.
Quando se deu conta, estava bem de frente a ela. E se antes
queria ficar o mais perto possível, agora tentava com esforço se afastar um
pouco para não esmaga-la. “Parece que encheu demais o metrô”, ele disse. Ela
mais uma vez sorriu (meu deeeeeeeeus!) e concordou com a cabeça.
Mas qual seria o próximo passo? Quem o daria? Ele? Ela?
Ninguém teve coragem, mas estavam curtindo aquele momento. Ela gostou de te-lo “protegendo-a”
do resto da multidão.
“Estação Sé”, gritou em voz inaudível a condutora do metrô.
Ambos desceram.
E agora? O que acontece?
É tchau e até nunca mais?
E foi isso o que aconteceu mesmo.
Mas a despedida veio dela. O que cortou o coração dele, que
seguiu a escada rolante para Corinthians/Itaquera e ela para Palmeiras/Barra
Funda.
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